FOLHA DA ASSOCIAÇÃO FREI TITO DE ALENCAR

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

História de Pindoretama - Ceará




Chamou-se primitivamente Baixinha e Palmares. Suas origem ao século XIX, quando moradores, vindos de regiões vizinhas, fizeram seu povoamento.

Gentílico: pindoretamense

FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA:

Distrito criado com a denominação de Baixinha, por ato de 08-11-1894, subordinado ao
município de Cascavel.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o distrito de Baixinha figura no
município de Cascavel.
Elevado à categoria de município com a denominação de Pindoretama, pela lei estadual
nº 11413, de 28-12-1987, desmembrado de Cascavel. Sede no antigo distrito de Pindoretama.
Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1989.
Pela lei estadual nº 2738, de 28-10-1929, o distrito de Baixinha passou a denominar-se
Palmares.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o distrito de já denominado
Palmares, figura no município de Cascavel.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.
Pelo decreto-lei estadual nº 1114, de 30-12-1943, o distrito de Palmares passou a
denominar-se Pindoretama.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o distrito já denominado de Pindoretama,
figura no município de Cascavel.
Assim permanecendo em administrativa referente ao ano de 1-VII-1960.
Elevado à categoria de município com a denominação de Pindoretama, pela lei estadual
nº 6310, de 21-05-1963, desmembrado de Cascavel. Sede no antigo distrito de Pindoretama.
Constituído do distrito sede.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído do distrito. sede.
Pela lei estadual nº 8339, de 14-12-1965, é extinto o município de Pindoretama, sendo
seu território anexado ao município de Cascavel, como simples distrito.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1968, Pindoretama é distrito de Cascavel.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1983.
Elevado à categoria de município com a denominação de Pindoretama, pela lei estadual
nº 11413, de 28-12-1987, desmembrado de Cascavel. Sede no antigo distrito de Pindoretama.
Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1989.
Em divisão territorial datada de 1991, o município de Pindoretama é constituído do
distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2001.
Pela lei municipal nº 242, de 06-09-2005, é criado o distrito de Caponguinha (exlocalidade)
e anexado ao município de Pindoretama.
Pela lei municipal nº 244, de 06-09-2005, é criado o distrito de Capim de Roça (expovoado)
e anexado ao município de Pindoretama.
Pela lei municipal nº 247, de 06-09-2005, é criado o distrito de Pratiús (ex-povoado) e
anexado ao município de Pindoretama.
Pela lei municipal nº 249, de 06-09-2005, é criado o distrito de Ema (ex-localidade) e
anexado ao município de Pindoretama.
Em divisão territorial datada de 2005, o município é constituído de 5 distritos:
Pindoretama, Ema, Capim de Roça, Caponguinha e Pratiús.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

ALTERAÇÕES TOPONÍMICAS DISTRITAIS:

Baixinha para Palmares, alterado pela lei estadual nº 2738, de 28-10-1929.
Palmares para Pindoretama, alterado pelo decreto estadual nº 1114, de 30-12-1943.



Fonte: biblioteca.ibge.gov.br

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Grupo de Capoeira Pandeiro de Prata


O Grupo de Capoeira Pandeiro de Prata é formado por jovens de Pindoretama, tendo a frente o Mestre Chocolate. O Grupo se encontra todos os domingos na Escola Regina Albino, a partir das 9 horas da manhã. Mais um Grupo incentivado pela Associação Frei Tito de Alencar.

Grupo de Flautas Frei Tito de Alencar


O Grupo de Flautas Frei Tito de Alencar é formado por crianças do município de Pindoretama. Surgiu da necessidade de tentar suprir  a carência de formação musical na nossa região. O Grupo tem a frente o Professor e Maestro Renato Alinson. Os ensaios do Grupo acontecem de segunda a sexta-feira na sede da Associação Frei Tito de Alencar - Rua Tito Ferreira, 1662 - Bairro: Centro - Pindoretama/ Ceará.

Homenagem do Professor e Poeta pindoretamense José Edivaldo à Associação Frei Tito de Alencar

Quando surge uma associação
A gente deve acolher
Desejando felicidades
E votos de fraternidade
Pra que ela possa vencer


Bem-vinda seja entre nós
A Frei Tito de Alencar
Nos trazendo bons projetos
Mostrando caminhos certos
Para o povo se educar


Quando surge uma associação
A gente fica feliz
Com projetos sociais
Melhorando cada vez mais
A situação do país


Que a Frei Tito de Alencar
Seja próspera instituição
Nascendo humilde, mas futurista
Resgatando nossos artistas
Que habitam este torrão


Que cresça trabalhe e prospere
A Frei Tito de Alencar
Produza muito conhecimento
Mas seja forte como o vento
E destemida como o mar


                                                                                                           José Edivaldo da Silva
                                                                                                                   10/ 01/ 10

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Resenha do Livro “Morrer para viver - A Luta de Tito de Alencar Lima contra a Ditadura Brasileira” Autor: Ben Strik



          Em 10 de agosto de 2009 completaram-se 35 anos da trágica morte de Frei Tito de Alencar Lima, em L’Arbresle, no Sul da França. Em sua dor, gravou-se o que de mais hediondo produziu o militarismo brasileiro e, nele, reflete-se venerável indignação de quantos acreditam na política como expressão coletiva de princípios éticos.
Na dor de Tito, tornado símbolo das vítimas de torturas descritas nesta obra monumental de Ben Strk, reflete-se a indignação de quantos acreditam na política como mediação de utopias libertárias. Preso em novembro de 1969 (...), Tito é submetido à palmatória e choques elétricos, no DEOPS, em companhia de seus confrades.
         Resgatar neste livro a memória de Frei Tito é homenagear o sacrifício de todos que, no Brasil, viveram na bem-aventurança da sede de justiça e da fome de liberdade. E não temeram dar a vida para que todos tivessem vida, e vida em plenitude (Cf. João 10,10).
Ditadura, nunca mais!

FICHA TÉCNICA:

Título: MORRER PARA VIVER A luta de Tito de Alencar Lima contra a ditadura brasileira, 720 páginas

Autor: Ben Strik
Primeira impressão na Holanda. Segunda impressão revisada na Editora Brasilhoeve.

O AUTOR:
Ben Strik nasceu, em 1923, na Holanda. Sua luta contra o nazismo custou dois anos num campo de concentração na Alemanha. Depois tornou-se sacerdote salesiano e em 1950 partiu para o Brasil onde trabalhou até 1972 entre indígenas, jovens e camponeses. Voltando à Holanda, casa-se e cria três fundações de ajuda ao Brasil. Está fazendo o lançamento do livro em sete cidades brasileiras.

COMO ADQUIRIR O LIVRO:


Resenha do Livro: “Frei Tito” Autora: Socorro Acioli



          No dia 10 de agosto de 1974, o corpo do frade cearense Tito de Alencar Lima foi encontrado nas proximidades de Arbresle, sul da França, pendurado por uma corda nos galhos de um álamo. Frade dominicano, cearense, preso injustamente, torturado sem piedade, atormentado até a morte pela voz dos torturadores. Trinta e dois anos depois, a cena trágica da sua morte é suficientemente forte para que não seja esquecida. Mas o Brasil precisa mesmo, mais que nunca, relembrar a energia e lucidez da juventude de Frei Tito, que acreditava no poder da mobilização para mudar os rumos do País. Na falta de ídolos com idéias e ideais, diante de tantos enganos políticos, corrupção, violência, não podemos culpar nossos jovens por estarem tão distantes do engajamento da juventude contemporânea de Frei Tito. São outros tempos, outras idéias, outros ídolos. O jovem Tito passava os finais de semana envolvido com as atividades da Juventude Estudantil Católica, um dos braços da Ação Católica no Brasil, que reunia e convidava os jovens para "ver, julgar e agir". Frei Tito via. Visitava comunidades pobres, favelas, conhecia as injustiças de perto. Observava, sentia tristeza e buscava soluções. Sentia-se tocado pelo sofrimento de seus irmãos e lutava para mudar aquela realidade. Frei Tito julgava. Dedicava os finais de semana ao estudo de obras clássicas de economia, sociologia, história, filosofia, sob a sombra das mangueiras da casa do amigo Roberto Pontes e dos amigos da JEC, lendo Fernando Pessoa, Casimiro de Abreu, estudando e sentindo o caminho para a ação. Frei Tito agia. Pensava nas soluções para o seu País. Escrevia pequenos tratados sobre educação e política. Atuou quando foi necessário, trabalhou pelo movimento estudantil e contra a Ditadura Militar, até ser castigado injustamente por ela e morrer sozinho em terra estrangeira. É necessário e urgente contar essa história para os jovens. Mas falar da Ditadura Militar brasileira, da tortura e morte dos militantes, é sem dúvida um desafio para pais e educadores. Como falar para nossos alunos e filhos que muitos brasileiros foram torturados até morrer, simplesmente porque não tinham o direito de falar contra o seu governo? Como explicar que alguns destes torturadores estão entre nós, trabalhando, candidatando-se a cargos políticos, vivendo sem lembrar do rastro de sangue que deixaram para trás? Como explicar que Frei Tito foi preso e sofreu tanto nas mãos dos seus algozes somente por ter conseguido um sítio para uma reunião de estudantes? Professores e pais cearenses têm a sorte de contar com o Memorial Frei Tito, no Museu do Ceará. Idealizado e montado por Régis Lopes, historiador e diretor do Museu, e Lúcia Alencar, sobrinha de Frei Tito, o Memorial expõe documentos, fotos e objetos pessoais de Frei Tito, trazendo sua presença para perto de nós. Uma das fotos em exposição mostra os jovens presos no Congresso de Ibiúna, São Paulo, quando a Ditadura Militar não permitia nenhum tipo de reunião ou agremiação, justamente o momento que determinou a prisão e o começo do sofrimento de Frei Tito. Passear pelas paredes vermelhas do Memorial Frei Tito com um grupo de adolescentes é despertar uma série de perguntas que eles precisam elaborar e responder, compreendendo o passado do país. Como pesquisadora da vida de Frei Tito, vivo há seis anos o desafio de reconstruir sua vida para contá-la depois, na biografia completa e volumosa que ele merece e que os leitores merecem. Precisamos deixar essa história registrada, para que os jovens de hoje e de amanhã conheçam os passos deste homem, que acreditava no Evangelho, nas mudanças da sociedade, mas que tinha plena consciência de que nada aconteceria sem o esforço de cada um, desde cedo, vendo, julgando e agindo. Socorro Acioli é jornalista e escritora. É autora do livro Frei Tito da Coleção Terra Bárbara, Edições Demócrito Rocha e do blog: freitito.blogspot.com. Qualquer informação sobre a trajetória do jovem Tito, pessoas que conviveram com ele e sua família, podem entrar em contato pelo e-mail: socorroacioli@gmail.com.




Resenha do Filme: “Batismo de Sangue”

       
         No dia 31 de março de 1964, os militares chegaram ao poder no Brasil através de um golpe de estado, implantando uma ditadura que durou até 1985 e colocou fim ao mandato do presidente João Goulart (Jango), que por sua vez havia assumido o cargo após a renúncia de Jânio Quadros, ambos eleitos democraticamente em 1960.

         Em 1968, o então presidente Arthur da Costa e Silva promulgou o Ato Institucional número 5 (AI-5) que cassou mandatos de deputados, senadores, prefeitos e governadores, fechou o Congresso Nacional por tempo indeterminado e proibiu reuniões e manifestações públicas, entre outros abusos contra os direitos democráticos dos cidadãos brasileiros.

         Inconformados com essa situação, grupos de esquerda, que haviam sido levados à clandestinidade, partiram para o confronto e implantaram no país um movimento guerrilheiro que tinha como objetivo derrubar os militares do poder. Em contrapartida, o regime endureceu ainda mais a perseguição aos opositores, mergulhando o país num período de trevas, no qual milhares de brasileiros foram presos e torturados até a morte, enquanto outras centenas desapareceram.

         Batismo de Sangue é baseado no livro de memórias homônimo escrito por Frei Betto, que ganhou em 1985 o Jabuti, principal prêmio literário do Brasil, e conta a história de Frei Tito e o envolvimento de frades dominicanos com o líder revolucionário Carlos Marighella, executado a tiros pelo truculento delegado Sérgio Paranhos Fleury, um dos cabeças das forças de repressão. 

         Juntamente com seus colegas de seminário, Tito foi preso e barbaramente torturado. Mesmo depois de libertado e enviado para o Chile como parte de um grupo de presos políticos trocados pelo embaixador suíço Giovani Bucher, Tito jamais conseguiu se livrar dos fantasmas de seus torturadores e, anos depois, vivendo num convento na França, decidiu pôr fim ao seu martírio cometendo suicídio por enforcamento.
         O filme tem muitos pontos que merecerem destaque. Um deles é a segura direção de Helvécio Ratton (o mesmo de O Menino Maluquinho e Uma Onda no Ar), que viveu esse período da história e participou ativamente da luta contra a repressão, sendo inclusive obrigado a se exilar no Chile. Ele decidiu filmar Batismo de Sangue com alto grau de realismo, para mostrar toda a intensidade dramática e física daqueles acontecimentos. Diferentemente de outros filmes sobre o período, o diretor quis que as cenas de tortura não fossem apenas ilustrativas, mas sim que fizessem parte da estrutura dramática da história. As cenas são fortes, chocantes. Incomodam e nos fazem refletir sobre a baixeza do ser humano, que pode chegar ao ponto de encher um semelhante de pancadas para obter informações que possam mudar o rumo da história.

         A fotografia, a cargo de Lauro Escorel, é outro dos pontos positivos. O filme se inicia com cores fortes, que vão sumindo à medida que as sombras se impõem, chegando quase ao preto-e-branco no ápice do sofrimento dos frades, prevalecendo apenas o vermelho, simbolizando o sangue. Então as cores voltam gradualmente à medida que a vida deles recobra a “normalidade” dentro das prisões.

         A escolha do elenco também foi perfeita. O diretor queria que os intérpretes estivessem na mesma faixa etária na qual os frades se encontravam quando foram presos. Para isso convidou Caio Blat, Daniel de Oliveira, Léo Quintão e Odilon Esteves para os papéis dos freis Tito, Betto, Fernando e Ivo, respectivamente. Resolvida essa questão, faltava decidir quem viveria outros dois importantes personagens da trama: o delegado Fleury e o líder Marighella. Por sugestão da atriz Patrícia Pillar, de quem é amigo, Ratton convidou Cássio Gabus Mendes para encarnar o “papa”, como Fleury era conhecido entre seus subordinados. E para o papel de Marighella a surpreendente escolha recaiu sobre o músico mineiro Marku Ribas. É impressionante a semelhança física dos dois com os verdadeiros personagens. 

         Resta ainda destacar a brilhante reconstituição de época a cargo de Adrian Cooper (direção de arte), Marjorie Gueller e Joana Porto (figurinistas). As cenas originalmente ambientadas em São Paulo foram transferidas para Belo Horizonte, onde a produção recriou a Alameda Casa Branca, na qual Marighella foi executado. Os corredores e salas da USP onde os frades estudavam ganharam vida num prédio abandonado no qual funcionava a antiga Faculdade de Farmácia e o DOPS foi recriado em estúdio na cidade de Sabará, próxima a BH. Todos os sobreviventes envolvidos na trama ficaram impressionados com a semelhança com os locais originais. A equipe só saiu de Minas Gerais para filmar a cena das prisões do frades no Rio de Janeiro e algumas externas na França, no convento no qual Tito cometeu o suicídio.

         Com todos esses predicados, Batismo de Sangue se tornou um filme obrigatório para aqueles que pretendem conhecer um pouco sobre este sombrio período de nossa história recente. Se vivemos hoje numa democracia, muito devemos a esses jovens idealistas que não tiveram medo de enfrentar seus opressores e lutar pela liberdade. Existem falhas no atual processo democrático, é evidente, mas que todos, principalmente as gerações mais jovens, tenham sempre em mente que a pior das democracias é preferível à melhor das ditaduras. 


FICHA TÉCNICA:

Batismo de Sangue (2006 – Brasil – 110 min)
Direção e Produção: Helvécio Ratton
Roteiro: Helvécio Ratton e Dani Patarra
Fotografia e Câmera: Lauro Escorel
Direção de Arte: Adrian Cooper
Figurino: Marjorie Gueller e Joana Porto
Música: Marco Antônio Guimarães
Distribuição: Downtown Filmes


ELENCO: Caio Blat, Daniel de Oliveira, Léo Quintão, Odilon Esteves, Ângelo Antônio, Cássio Gabus Mendes, Marku Ribas.

SITE OFICIAL: www.batismodesangue.com.br


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Quem foi Frei Tito de Alencar?


            Nascido em Fortaleza/CE no dia 14/09/45, filho de Ildefonso Rodrigues de Lima e Laura Alencar Lima.

         Estudou em Fortaleza com os padres jesuítas. Foi dirigente regional e nacional da JEC (Juventude Estudantil Católica). Em 1965, ingressou na Ordem dos Dominicanos, sendo ordenado sacerdote em 1967, e também foi aluno de Filosofia da USP.

         Militante da Ação Estudantil Católica, foi seu coordenador para o Nordeste. Foi preso em 1968, sob a acusação de ter alugado o sítio onde se realizou o Congresso da UNE, em lbiúna.

         Preso novamente em 4 de novembro de 1969, em companhia de outros padres dominicanos porque acusados de terem ligações com a ALN e Carlos Marighela.

         Frei Tito foi torturado durante 40 dias pela equipe do delegado Sérgio Fleury. Transferido depois para o Presídio Tiradentes, onde permaneceu até dia 17 de dezembro. Nesse dia, foi levado para a sede da Operação Bandeirantes (DOI-CODI/SP), quando o Capitão Maurício Lopes Lima, disse-lhe: “Agora você vai conhecer a sucursal do inferno”. E foi o que ocorreu. Torturado durante dois dias, pendurado no pau-de-arara, recebendo choques elétricos na cabeça, órgãos genitais, nos pés, mãos, ouvidos, com socos, pauladas, “telefones”, palmatórias, “corredor polonês”, “cadeira do dragão”, queimaduras com cigarros, tudo acompanhado de ameaças e insultos. A certa altura, o Capitão Albernaz ordenou-lhe que abrisse a boca para receber a hóstia sagrada, introduzindo-lhe um fio elétrico que queimou-lhe boca a ponto de impedi-lo de falar.

         Frei Tito foi deixado durante toda uma noite no pau-de-arara e, no dia seguinte, tentou o suicídio com uma gilete, sendo conduzido às pressas para o Hospital do Exército do Cambuci, onde ficou cerca de uma semana sob tratamento médico sem, contudo, deixar de ser submetido a tortura psicológica constante.

         Banido do país, em 13 de janeiro de 1971, quando do seqüestro do embaixador da Alemanha no Brasil, viajou para o Chile e depois para a Itália e a França.

         Após algum tempo, instalou-se na comunidade dominicana de Arbresle, tentando desesperadamente lutar contra os crescentes tormentos de sua mente, abalada profundamente pela tortura. Já no exílio, foi condenado pela 2ª Auditoria a pena de 1 ano e meio de reclusão, em 23 de fevereiro de 1973.

         No dia 7 de agosto de 1974, com 31 anos de idade, Frei Tito enforcou-se, pendurando-se em uma árvore. Foi enterrado no Cemitério Dominicano de Sainte Marie de la Tourette, próximo a Lyon, na França. Em 25 de março de 1983, seus restos mortais foram trasladados para o Brasil, acolhidos solenemente na Catedral da Sé, em São Paulo, com missa rezada por D. Paulo Evaristo Arns e enterrado no jazigo de sua família em 26/03, em Fortaleza.